Voar é uma experiência curiosa. Claro, o principal motivo é não sermos pássaros ou baleias sendo carregadas por pássaros twitter hehehe – mas o encontro de tantas pessoas diferentes indo para cantos igualmente diversos é das coisas que mais atraem.
Vindo para São Paulo (suponho que vou conseguir acessar a internet aqui, mas está uma lenda), o comandante da aeronave proporcionou uma viagem bem legal. Saímos de Recife com o céu um pouco nublado, depois de uma noite de chuva (pelo menos é o que dizem, eu estava dormindo nessas horas) e logo chegamos ao litoral de Pernambuco e suas águas azuis. Mar bonito para acompanhar o mar de morros que se estendia pela paisagem – às vezes revezando com estuários e mangues aqui e acolá, pintado por cidades, vilarejos e localidades diversas. Mais de dois mil quilômetros até chegar à capital paulista – mas estou me estendendo, devo ir mais devagar (coisa que o piloto não fez).
Quase 900 km/h (às vezes ultrapassando essa marca) – em Alagoas ele diminuiu para apreciarmos as praias, em Sergipe ele parou e descemos para tirar fotos, dançamos um pouco na Bahia e fomos mais rápido e rápido para dar um loop no Rio de Janeiro e descer com tudo na Baía de Guanabara, onde o comandante Queiroz deu um rasante e fizemos uma “oooooooooola”.
Brincadeiras à parte, o voo foi tranquilo – ok, algumas vezes houve turbulência, mas nada que incomodasse Otávio. Sim, mas quem é Otávio?
Assim que sentei na minha cadeira, CINCOEFE, fiquei preocupado com uma criança que estava no colo da mãe logo atrás de mim. Inclinei um pouco meu assento e disse à mulher que poderia falar comigo caso isso incomodasse – pensei na minha irmã e no filho dela e isso me fez ter simpatia pelo trabalho dela de cuidar de uma criança com pouco mais de um ano.
Sem nada melhor pra fazer, cochilei depois do almoço (um macarrão fettucini com pedaços de presunto e ervilhas; tapioca gelada e doce para a sobremesa) em uma posição desconfortável. Até ser acordado, poucos minutos depois de cair no sono, por uma mão me tocando. Acordei alarmado pensando que incomodava a mãe, mas não – era o próprio Otávio, o filho da mãe (sem trocadilhos)! Um menino loiro, fofo e bastante silencioso para uma criança. Gostei dele!
Não teve decolagem ou pouso, turbulência, barulho ou coisa alguma que fizesse Otávio abrir a boca para reclamar – só fazia brincar com a mãe, o pai e eventualmente com outros passageiros (meu caso). Otávio me mostrou que para voar basta ter asas e que às vezes é preciso ser inocente para mostrar ao medo quem é que manda.
(queria ter colocado esse post quando estava em SP, mas não consegui acessar internet lá... Então vai agora atrasado)